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Margarida Costa de Lima – uma escritora do sertão da Paraíba

Biografia

Pedagoga, 83 anos,  Margarida Costa de Lima se revela como mais uma escritora paraibana contemporânea. Filha de Amanda de Oliveira Costa e Laudemiro Costa, nasceu em Catolé do Rocha, em 16 de agosto de 1939, sendo a sétima filha de uma família numerosa de 13 irmãs e irmãos. Lá, iniciou o ensino fundamental, concluindo a quarta série no Grupo Escolar João Suassuna e, em 1960, concluiu o ensino médio (o normal), no Colégio Francisca Mendes, de tradição alemã e religiosa, onde teve sua primeira experiência profissional como professora em 1962.

Mudou-se para Bom Sucesso em 1963, mesmo ano da emancipação da cidade, onde trabalhou como professora e diretora na Escola Estadual Dr. José Paz de Lima, durante 17 anos. Neste mesmo ano, aos 22 anos, casou-se com o agricultor e comerciante Raimundo Herculano de Lima, com quem teve as filhas Claudia e Claudete e os filhos Claudivan e Flávio, dos quais tem muito orgulho. É avó de quatro meninas e dois meninos e bisavó de três crianças.

Foi em 1983 que Margarida concluiu a Licenciatura de primeiro grau no Centro de Ciências Sociais na UFPB.  Na Faculdade de Educação, em Mossoró, Rio Grande do Norte, obteve o diploma de Licenciatura Plena em Pedagogia, em 1985. 

Em 1987 lecionou na Escola Municipal de 1° e 2° Graus Pe. Aristides, em Bom Sucesso. Seu empenho e dedicação ao município e sua comunidade, o que marcou toda a sua trajetória até os dias atuais. Em reconhecimento ao seu compromisso com a educação e a melhoria da comunidade, Margarida foi agraciada pela Câmara Municipal de Bom Sucesso com o título de Cidadã Bomsucessense, em 17.06.1992.

Em sua escrita, Margarida, como mulher e educadora tece uma crítica contundente a mentalidade e cultura machista da época:

“A educação em Bom Sucesso não era a prioridade dos pais para os filhos inicialmente. Predominava uma mentalidade retrógada, pois eles não valorizavam a aprendizagem dos filhos e se justificavam que os filhos deveriam ajudar os pais no trabalho da roça, e que as filhas deveriam ajudar as mães nos trabalhos domésticos para aprenderem o ofício de donas de casa. (…) diziam que estudo para mulher só serve para o marido”. (Costa de Lima, 2023).

A escritora sempre buscou conciliar formação e carreira profissional com o trabalho da casa e os cuidados com os filhos e filhas, além de participar ativamente das atividades sociais da comunidade, a exemplo de sua atuação na Pastoral da Criança, sendo uma referência espiritual para comunidade, uma mulher preocupada com os problemas da cidade e com a educação das crianças e jovens.

Em paralelo a sua atuação na educação formal, Margarida foi se tornando uma mulher empreendedora, incentivando o marido a ampliar o comércio, que possuía antes do casamento. Por muitos anos, no espaço da própria casa, juntamente com Raimundo, manteve uma loja de tecidos, confecções, cereais e variedades. Muitas vezes, deslocava-se de Bom Sucesso para outros municípios para abastecer o estoque.

Desde menina, observava a mãe, Dona Amanda, que era uma leitora assídua, inspiração decisiva para despertar na filha o gosto e o hábito de ler. A leitura de diferentes gêneros –  de revistas de espiritualidade a obras literárias – a encorajou a escrever.

“E o ler me levou a refletir e a escrever”, afirma Margarida. Sua escrita é enraizada no chão sertanejo nordestino, a vida na comunidade, a cultura, as tradições, a religiosidade são aspectos que atravessam sua narrativa sobre as pessoas e a cidade de Bom Sucesso, onde vive há quase sessenta anos. 

Bibliografia

Em 2010, escreveu seu primeiro livro, Retratos de uma história. Inspirada na vivência na comunidade e atuação nas pastorais sociais, publicou posteriormente os livros Símbolo da Fé (2011) e A Força da Espiritualidade (2013).

Margarida mostra que nunca é tarde para ser escritora. Aos 80 anos, Margarida lança o seu célebre livro Bom Sucesso: a cidade que eu vi nascer, numa inspiração para outras mulheres, em abril de 2022.  Foram mais de doze anos pesquisando sobre a história de Bom Sucesso, batendo na casa dos moradores pioneiros, famílias que viram e construíram a cidade. Reuniu documentos, fotografias, estudou, ouviu relatos, histórias recuperadas pelas falas das pessoas entrevistadas, que muitas vezes tocavam-lhe o coração. Escrita e emoção se misturavam nos encontros com essas memórias. 

Neste processo de pesquisa e elaboração da escrita, Margarida se viu desafiada a confrontar os fatos históricos com a oralidade, ao mesmo tempo, com o passado – a fundação da cidade – e com sua atual realidade. Seu livro foi um acontecimento em Bom Sucesso, juntando moradores de todas as gerações, os que viram a cidade nascer e todos que constroem seu futuro no cotidiano. 

Para adquirir um exemplar de Bom Sucesso: a cidade que eu vi nascer e mergulhar fundo nessa história, faça seu pedido com a autora através do contato do WhatsApp: 83 9933-2663

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Fotos – Pertencem ao acervo de Margarida Costa de Lima

Foto 2 – Margarida entrevista Seu Antônio de Delmira (à esquerda).

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